Fonte: https://www.nippon.com/en/guide-to-japan/gu016001/
Olá, pessoal! Nesse post vamos falar sobre os terremotos no Japão, como se proteger quando eles ocorrem e também algumas curiosidades e lendas sobre esse assunto.
O Japão é um país localizado entre 3 placas tectônicas
(Eurásia, Filipinas e Placa do Pacífico) e, por este motivo, possui grande
atividade sísmica, gerando assim muitos terremotos.
No Japão há desde terremotos leves, que mal são percebidos
pelas pessoas, até terremotos fortes e violentos, com consequências
desastrosas, como é o caso do terremoto de 2011, que causou grande destruição
no país, chegando até a provocar um tsunami. O Japão registra em torno de 1.500
abalos sísmicos por ano, mas sua maioria é bem fraca, mal sendo percebida por
quem mora no país.
E o que devo fazer para me proteger em caso de terremoto?
Nesse podcast nós vamos mostrar todas as recomendações necessárias para saber
como agir em caso de terremoto.
A primeira recomendação é: manter a calma. É preciso saber
manter a calma quando terremotos ocorrem, principalmente nos de grande
intensidade. Ao manter a calma, você conseguirá seguir os outros passos
necessários para se proteger e não sofrer nenhum acidente grave.
Procurar um lugar seguro. Essa recomendação depende muito
de onde você está quando o terremoto ocorre. Se estiver na rua, o ideal é ir
para algum local aberto, como parques, ficando longe de objetos que podem cair
causando ferimentos e, principalmente, ficar longe de prédios ou construções
antigas que podem vir a desabar com o tremor. Se não estiver por perto de
nenhum local aberto, o recomendado é entrar em algum edifício novo, pois esses
são construídos com estruturas flexíveis e adaptadas para aguentar os
terremotos. Se estiver numa estação de trem ou metrô, o recomendado é ficar
perto dos pilares de sustentação das plataformas e agachado. Se estiver dentro
do vagão do trem ou do metrô, o recomendado é proteger a cabeça com sua bolsa caso
esteja sentado e, caso esteja em pé, deve abaixar dentro do vagão protegendo a
cabeça e aguardar o terremoto passar. Se estiver em casa, não deve sair para
procurar um local aberto, mas deve manter a porta de saída aberta. Também deve
desligar aquecedores, gás e fogão. Ao sentir o tremor, corra para baixo de uma
mesa ou de alguma estrutura da casa que não ceda a ele e fique longe das
janelas. O mais importante é proteger a cabeça durante o terremoto e tomar
cuidado com possíveis objetos quebrados, principalmente os de vidro, para não
se machucar. É importante manter chinelos de sola grossa ou sapatos mais
resistentes em locais de fácil acesso para serem usados em caso de terremoto e,
assim, não correr o risco de ferir os pés. Se estiver no comércio, a recomendação
é a mesma das estações de trem e metrô: ficar agachado próximo aos pilares de
sustentação e proteger a cabeça.
Procure locais próprios para evacuação. Há várias placas
indicando rotas de evacuação em caso de terremoto no Japão, mostrando os locais
seguros para ir a pé. Não é recomendado usar carros em caso de terremoto, pois
você pode perder a estabilidade no volante e causar acidentes.
Curiosidades sobre os terremotos
Na mitologia japonesa, existe um peixe gigante chamado
Namazu e ele é o ser causador dos terremotos. O Namazu é um peixe bagre gigante
que vive por baixo da terra. Ao balançar sua enorme cauda, o reflexo gerado na
superfície é o terremoto. Caso balance a cauda com pouca força, haverá apenas
pequenos tremores, mas, se agitá-la com força, grandes terremotos virão. Esse
peixe é o da placa que se encontra na capa do podcast.
A lenda diz que o deus Kashima está sempre observando o
peixe Namazu e, por este motivo, nem sempre há terremotos no Japão. O deus
responsável pelo peixe sempre cuida para que ele não saia balançando a cauda e
nem fuja, o que poderia causar um estrago ainda maior que os terremotos. Apenas
nos momentos de distração do deus Kashima que o peixe sai balançando a cauda e
causando os tremores. Quando o deus percebe que o peixe saiu, ele usa uma pedra
chamada Kaname-ishi para prendê-lo novamente. Apenas quando o deus Kashima se
distrair novamente é que ocorrerá um novo tremor.
Há outra versão da lenda em que o deus utiliza uma espada
para capturar o peixe e prendê-lo para acabar com os terremotos. Dizem que
quanto maior e mais longo for o terremoto, maior é o tempo que Kashima levou
para capturar o peixe Namazu, ou seja, significa que ele está dando muito
trabalho para o deus conseguir prendê-lo. Em abalos leves, acredita-se que
Namazu não chegou nem a fugir, e que o deus Kashima percebeu a movimentação do
peixe rapidamente e conseguiu impedir sua saída.
Atualmente, a imagem do peixe é usada em placas com sinais
de alerta e de rotas de fuga, tirando a visão negativa que Namazu tinha no
passado e deixando uma mensagem mais leve para os cidadãos, representando a
forma de agir em caso de terremoto. Também há lembrancinhas com imagens ou
formato do peixe, pois atualmente acredita-se que ele pode trazer sorte.
Os japoneses aprendem como se prevenir e se comportar em
caso de terremoto desde cedo na infância. O governo japonês tem um manual de
sobrevivência em caso de terremoto e todos os japoneses têm acesso. Uma das
orientações mais seguidas é a de preparar kits terremoto, ou seja, deixar kits
de sobrevivência contendo água, lanternas e comida desidratada prontos em casa
e no trabalho para situações de emergência como, por exemplo, ficar preso em
algum local por vários dias.
Os edifícios do Japão, principalmente os mais modernos,
possuem estruturas flexíveis, capazes de resistir aos terremotos por
movimentarem-se junto com o tremor, e todos os armários são presos às paredes
para evitar sua queda.
O terremoto que ocorreu no ano de 2011 no Japão é
considerado o maior terremoto do país e o quinto maior do mundo, atingindo 9.0
na Escala Richter, causando impacto em todo o planeta. Esse terremoto foi tão
forte que deslocou o eixo de rotação da Terra, mudando a forma de distribuição
de sua massa; encurtou os dias em 1,8 microssegundos; deslocou a ilha principal
de Honshu 2,4 km para o leste; cerca de 400km da costa norte de Honshu tiveram
declínio de 60 centímetros; fez a Placa do Pacífico deslizar 24m para o leste
e, além de tudo isso, gerou um enorme tsunami que matou aves marinhas e criou
uma ilha de detritos no mar.
Mesmo com a falha na previsão, o sistema de alerta foi muito
eficaz. Um minuto antes do forte tremor atingir Tóquio, os moradores receberam
um aviso de alerta em seus celulares. Por causa do aviso precoce, os trens de
alta velocidade pararam e as linhas de montagem das fábricas interromperam seus
serviços. Esse alerta precoce fez com que as pessoas se prevenissem, impedindo
muitas mortes.
O artista japonês Manabu Ikeda fez uma obra inspirada nos
acontecimentos do terremoto de 2011. A obra foi chamada de Rebirth
(renascimento) e nela é possível ver a mistura entre o caos gerado pelo
terremoto e tsunami e a beleza da força do povo japonês, representado por
árvores e flores que surgem firmes em meio ao caos, mostrando sua capacidade de
se reerguer mesmo após um momento tão difícil e de tamanha destruição. Ikeda
começou seu trabalho em 2013, em um estúdio no Museu de Arte Chazen em Madison,
Wisconsin, e finalizou a pintura em 2016, exibindo-a no mesmo museu. A pintura
impressiona tanto pelo seu tamanho quanto pela quantidade de detalhes que
possui.
Então é isso, pessoal! Esperamos que tenham gostado do nosso post! Até a próxima!
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